No artigo anterior, foram abordados os diferentes sistemas de rebarbação disponíveis e a evolução da tecnologia ao passar do tempo. Diante daqueles sistemas, os engenheiros descobriram quatro parâmetros básicos de trabalho, visando sempre uma rebarbação eficiente e com boa relação custo-benefício. Vamos conhecê-los:
Tempo de ciclo
O tempo de ciclo é o tempo necessário para que uma operação seja executada e deve girar em torno de 1,5 a 6 minutos. Fatores que influenciam esse tempo são: número de peças por lote, também dependente do tamanho das peças; espessura das rebarbas; velocidade da turbina; e, por último, mas não menos importante, tipo e tamanho de mídia utilizada.
Uma maneira de selecionar o tempo de ciclo seria determinar a temperatura e os parâmetros de mídia e conduzir o teste à velocidade máxima da turbina, assumindo que as peças não serão danificadas. Desta forma, inicia-se o processo com um curto tempo de ciclo e pode-se observar os ajustes necessários até que se tenha uma produção 100% efetiva.
Velocidade da turbina
A velocidade da turbina determina o impacto das mídias contra as peças. Nas máquinas da primeira geração, essa velocidade era normalmente configurada em 2400 rpm, com algumas sendo modificadas posteriormente. Na segunda geração, já teríamos máquinas com velocidade variável de até 3600 rpm. Embora a maioria das peças sejam rebarbadas com uma velocidade entre 3000 e 5000 rpm, a regra seria utilizar a máxima velocidade da máquina, sem danificar as peças. Os motivos são: conservar nitrogênio e rebarbar o maior número possível de peças por hora.
Muitas companhias modificaram suas máquinas de segunda geração para operarem a 6000 rpm, reportando uma diferença surpreendente em desempenho, com reduções de tempo de ciclo de 6 para 2 minutos. Mais tarde, fabricantes começariam a oferecer suas unidades com capacidade de até 8000 rpm de velocidade.
Mídias plásticas
O tipo mais comum de mídia plástica para rebarbação criogênica é o policarbonato. Quando as máquinas de segunda geração foram desenvolvidas, as mídias de policarbonato eram utilizadas para rebarbação de peças em termofixo. Para que essas mídias pudessem ser utilizadas a altas velocidades e temperaturas de até – 184 °C, foi necessário fazer com que o policarbonato fosse mais durável e resistente ao impacto, podendo suportar velocidades de 8000 rpm e baixas temperaturas, com boa vida útil.
Entre os tamanhos de mídias de policarbonato disponíveis, os mais comuns são 0,75 mm e 1,20 mm, podendo chegar a 2,00 mm. Os fatores que determinam o tamanho da mídia são: tamanho das peças, espessura de parede das peças e problemas de acúmulo da mídia em ranhuras. Por exemplo, se temos uma ranhura de 0,50 mm, uma mídia de 0,50 mm ficará presa. Recomenda-se, portanto, usar uma mídia maior. Os danos em peças são evidenciados por bordas lascadas.
Antes de diminuir o tamanho da mídia, é importante tentar diminuir a velocidade da turbina. Para uso de mídias menores do que 0,75 mm, é comum ser necessário trocar a tela separadora.
Observa-se que o formato da mídia influencia a ação da rebarbação. Uma mídia cúbica remove as rebarbas de maneira mais eficiente do que uma cilíndrica. Por quê? Isso acontece devido a maior massa e aceleração, assim como pelas arestas e vértices existentes em um cubo, com maior poder de rebarbação.
Temperatura
A temperatura requerida para fragilizar a rebarba depende do material a ser rebarbado. Borracha de estireno butadieno (SBR), borracha butílica (IIR), borracha nitrílica (NBR) e borracha de policloropreno (CR) podem ser rebarbadas na faixa de temperaturas de – 58 a – 73 °C. Outros compostos, como silicones, podem solicitar temperaturas de até – 184 °C.
É importante determinar, para cada composto, o ponto de fragilização mais próximo possível da realidade, para que não sejam utilizadas temperaturas muito baixas sem necessidade. Essa precisão cumpre papel fundamental no consumo de nitrogênio.
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